O Hospital do Câncer da ACCG, localizado em Anápolis, Goiás, é um empreendimento hospitalar de alta complexidade, destinado à assistência oncológica, cuja concepção arquitetônica apresenta um conceito inovador e orgânico, inspirado na geometria de uma flor com três grandes pétalas. Cada pétala representa uma ala distinta do complexo hospitalar, garantindo uma setorização funcional eficiente e bem definida, enquanto o núcleo central, de geometria circular, abriga as principais circulações verticais, áreas técnicas e operacionais, além de conexão entre as alas. O projeto busca integrar estética, funcionalidade e sustentabilidade, sendo os telhados verdes elementos fundamentais tanto no conforto térmico quanto na eficiência energética do edifício.

O sistema estrutural adotado para este empreendimento é do tipo misto, composto pela combinação de elementos em concreto armado e estrutura metálica. As estruturas em concreto armado estão presentes nas pétalas, englobando pilares periféricos, vigas, lajes e fundações, proporcionando robustez, rigidez e segurança estrutural. Já a estrutura metálica concentra-se na região central do edifício, formada por perfis laminados de alta resistência, que constituem os núcleos de circulação vertical, incluindo escadas, elevadores e shafts técnicos, além de parte das coberturas da casa de máquinas e de elementos em balanço.

O sistema de fundação foi desenvolvido considerando as características geotécnicas do terreno, adotando uma fundação densa, composta por estacas escavadas em concreto armado, que suportam os maiores carregamentos provenientes dos pilares principais e da estrutura metálica central. Complementando este sistema, são utilizadas sapatas isoladas e corridas nas regiões de menor solicitação, além de vigas baldrame no pavimento térreo, que interligam os blocos de fundação, garantindo distribuição eficiente das cargas e estabilidade da edificação. No pavimento térreo também está prevista laje sobre solo, apoiada em camada de regularização e proteção mecânica.

A superestrutura do edifício é formada por pilares de concreto armado estrategicamente posicionados, principalmente no perímetro das pétalas, atendendo tanto aos aspectos arquitetônicos quanto às necessidades funcionais do hospital. O núcleo central metálico, além de servir como elemento estrutural de suporte, atua como núcleo rígido contra esforços horizontais, principalmente ações de vento, conferindo maior estabilidade global à edificação.

As lajes são predominantemente nervuradas, solução adotada para vencer grandes vãos e reduzir o peso próprio das estruturas, mantendo o desempenho estrutural adequado e otimizando o uso de materiais. As lajes nervuradas possuem capa de compressão de 5 cm e nervuras espaçadas tipicamente a cada 50 cm, conforme os critérios de dimensionamento. As lajes maciças são aplicadas nas pontas das pétalas, onde há maiores concentrações de carga ou geometrias que inviabilizam a utilização de lajes nervuradas, além das coberturas das circulações verticais e da casa de máquinas, localizadas no núcleo central. As lajes de piso térreo são do tipo laje sobre solo, apoiadas sobre as vigas baldrame e diretamente sobre o solo preparado.

A cobertura do edifício é composta por telhados verdes instalados sobre as lajes das pétalas, que, além de sua função estética e ambiental, colaboram diretamente com a melhoria do conforto térmico, a retenção de águas pluviais e a sustentabilidade do empreendimento. A cobertura do núcleo central, que abriga casa de máquinas e reservatórios, é formada por laje maciça com estrutura metálica de suporte, adaptada às necessidades técnicas operacionais do hospital.